É o nome dado ao estilo artístico vigente na Europa entre os séculos XI e XIII, período caracterizado pela crise do sistema feudal, a expansão do cristianismo e a influência da Igreja Católica nas produção culturais e artísticas da sociedade medieval. É visto principalmente nas Igrejas, e teve maior representação nas basílicas e nos mosteiros.Para os cidadãos, a catedral representava o símbolo da unidade comunal, um ponto de referência em torno do qual se concentravam as novas forças sociais e econômicas.
A Arte Românica foi por um longo tempo desprezada, escondida debaixo de reformas e outros estilos, até ser redescoberta mais à frente, quando os artesãos da corte de Carlos Magno levou os artistas a superarem o estilo ornamental da época das invasões bárbaras e redescobrirem a tradição cultural e artística do mundo greco-romano.
Foi nas igrejas que o estilo românico se desenvolveu em toda a sua plenitude, pois ali representava a fortaleza de Deus. Eram os próprios religiosos que comandavam as construções, a partir do conhecimento monástico. Suas formas básicas são facilmente identificáveis: a fachada é formada por um corpo cúbico central, com duas torres de vários pavimentos nas laterais, finalizadas por tetos em coifa. Um ou dois transeptos, ladeados por suas fachadas correspondentes, cruzam a nave principal. Frisos de arcada de meio ponto estendem-se sobre a parede, dividindo as plantas.
Destacavam-se também o uso de pedras, a substituição do telhado de madeira por abóbodas de berço e de arestas, pilares maciços que sustentavam as paredes espessas com aberturas estreitas usadas como janelas.
A primeira coisa que chama a atenção nas Igrejas Românicas é o seu tamanho. Trata-se de um estilo essencialmente clerical. A Igreja tornou-se a única fonte de encomendas de trabalhos artísticos depois do enfraquecimento da vida da corte. Durante a Idade Média haviam muitas peregrinações e, com isso, várias
igrejas foram construídas ao longo dos anos como a de Santiago de Compostela.
O plano típico do templo românico é a cruz latina, composta por uma nave (o eixo da cruz) e um transepto (o braço da cruz). Na parede da abside (espaço interno da cúpula), recortam-se absides menores (pequenas cúpulas chamadas absidíolas), que desembocam num corredor (deambulatório).
Numa época em que poucas pessoas sabiam ler e escrever, a igreja recorre à pintura e à escultura para narrar as histórias bíblicas ou comunicar valores religiosos aos fiéis, sendo que a pintura, escultura e as artes decorativas estavam subordinadas às obras arquitetônicas, tendo a função de enriquecê-las e embelezá-las. Um lugar muito usado para isso eram os portais, na entrada do templo. No portal, o lugar mais utilizado eram os tímpanos (área semicircular que fica abaixo da abóbada no vão superior da porta).
A escultura românica esta diretamente associada à arquitetura, as estátuas-colunas, e que desenvolve-se nos relevos de pórticos e arcadas. Desenvolveu-se com um caráter ornamental, onde o espaço em branco dos frisos, capitéis e pórticos é coberto por uma profusão de figuras apresentadas de frente e com as costas grudadas na parede, apresentam dimensões espaciais o que permite a representação de movimento.
As imagens encontradas são as mais diversas, desde representações do demônio, personagens do Velho Testamento, figuras humanas se alternam com as de animais fantásticos, e mesmo com elementos vegetais. No entanto, a temática das cenas representadas é religiosa. Isso se deve ao fato de que os relevos, além de decorar a fachada, tinham uma função didática, já que eram organizados em faixas, lidas da direita para a esquerda.,
A pintura Românica teve pequena expressão, desenvolvendo-se sobretudo nas grandes decorações murais, através da técnica do afresco. Em alguns casos, as cúpulas das igrejas possuíam pinturas murais de desenho, da vida de santos e mártires, repletas de sugestões de exemplos edificantes. Destaca-se o desenvolvimento das Iluminuras, arte que alia a ilustração e a ornamentação, muito utilizada em antigos manuscritos, ocupando normalmente as margens, como barras laterais, na forma de molduras.
A deformação e o colorismos são as principais características. A deformação colocava sempre os valores religiosos nas representações. Cristo era sempre maior que as outras imagens que o cerca. Os olhos são grandes e abertos. As proporções são intencionadamente exageradas. O colorismo é a utilização de cores chapadas, sem a preocupação com meios-tons ou jogos de luz e sombra, pois não havia a menor intenção de imitar a natureza.
Abadia da cidade de Cluny - França
Catedral de Santiago de Compostela - Espanha
Torre de Pisa- Itália